Os Terrários Urbanos surgiram a partir de cinco insights:
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Foram identificadas, na área consolidada da cidade de Porto Alegre, áreas residuais de propriedade municipal, em geral ociosas, subutilizadas ou com atividades incoerentes em relação às características contextuais formais, visuais e de uso instaladas. Estas sobras de terreno são bens nominais e não tem destinação ou gravame específico; podem ser resultantes de traçados viários já implementados, de faixas não-edificáveis ou antigos processos de parcelamento do solo.
- Foi identificada a necessidade - dentro da Estratégia de Estruturação Urbana do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental (PDDUA) – de desenvolvimento do Programa de Espaços Abertos. Este programa prevê a formação de um sistema de espaços articulados, cujo objetivo está associado ao incremento da legibilidade espacial, ao fortalecimento das centralidades, e principalmente, à promoção da interação social.
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Constatou-se, a partir das teorias urbanísticas recentes, que "uma cidade viva requer um espaço verde muito grande, vários de tamanho intermediário e muitos de tamanho menor" (SALINGAROS, 2005 S/P). Tal premissa abre espaço para a criação desta tipologia de espaço público de pequeno porte - os terrários urbanos - em associação às praças de médio porte e parques de grande porte, já existentes.
- Entendeu-se que estas pequenas áreas, disseminadas de forma sistêmica ao longo do território urbano, incrementam a infraestrutura verde do município e constituem-se em um poderoso ativo ambiental. Ao assegurar a permeabilidade do solo destes bens dominiais e estimular a utilização de práticas e usos sustentáveis, os Terrários Urbanos contribuem na redução do impacto negativo das mudanças climáticas, na redução das emissões de gases de efeito estufa e ainda podem acolher e estimular atividades de educação e conscientização ambiental.
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O conceito de terrário derivou ainda dos “pocketparks”, mini-parques implementados originalmente na cidade de Nova York, onde a lei de zoneamento de 1961 incentivava a construção de pequenos espaços de uso público sobre áreas privadas, junto aos pavimentos térreos dos edifícios, tendo como contrapartida um bônus de índice construtivo.Paley Park, em Nova York, o primeiro pocket park.
Foto: nomadinpcny/Flickr (link abre em nova janela)