Em ato público, entidades e parlamentares que compõem o Comitê em Defesa do SUS entregaram uma carta aberta à população
O ato faz parte de uma série de ações realizadas pelo Comitê desde o anúncio feito pelo prefeito Melo (17/04) da transferência da gestão dos serviços de média e alta complexidade do Sistema Único de Saúde de Porto Alegre ao governo do Estado do Rio Grande do Sul. As coordenadoras do Conselho Municipal de Saúde, Maria Inês Bothona Flores e NÃdia Alburquerque estiveram presentes.
Maria Inês falou sobre as falhas da Atenção Básica que está com praticamente 95% dos postos de saúde nas mãos de empresas privadas e com alta rotatividade de trabalhadores, o que desqualifica o vÃnculo da equipe com o usuário do SUS. "A empresa privada quer lucro, o que gera a precariedade nos salários e no atendimento. A população, para ter seu problema resolvido acaba procurando um serviço de maior complexidade, como os pronto atendimentos, UPA e emergências hospitales, o que acarreta a sobrecarga das portas de urgências e emergências", destacou Maria Inês. A coordenadora do colegiado também falou do desrespeito à s instâncias do controle social e comunicou que o assunto será pauta da plenária desta quinta, 8, que ocorre, a partir das 18h, no auditório da Secretaria Municipal de Saúde (av. João Pessoa, 325).
A carta aberta denuncia a desorganização gerada no sistema de saúde nas últimas duas semanas em função do anúncio dos gestores sobre o tema. A carta, entre tantas coisas, alerta que o governador Eduardo Leite não cumpre com o mÃnimo de 12% de investimento em Saúde que cabe ao Estado e que o programa Assistir desestruturou a regionalização do SUS e não resolveu o problema da atenção hospitalar. O documento manifesta que, por outro lado, o gestor municipal, em meio à  crise de superlotação das emergências e à epidemia da dengue, "lava as mãos e vira as costas para a sua responsabilidade enquanto gestor".
O Comitê alerta que ambos os gestores se esquivam de enfrentar as dificuldades que assolam há anos o sistema público de saúde e que foram agravadas pela pandemia da Covid-19 e enchentes de 2024. "Optam por empurrar a crise de um lado para outro", registra a carta entregue para a população.Â
O ato contou com a presença de movimentos sociais, conselheiros, entidades e parlamentares, além de servidores do HPS.