Memória
Em 05 de janeiro de 1925 foi instituída, pelo então intendente Octávio Rocha, a Procuradoria Municipal, que hoje leva o nome de Procuradoria-Geral do Município, dado pela Lei 4.120/1976, quando foi criada como órgão de assessoramento direto do Gabinete do Prefeito, com status de secretaria, durante a gestão de Guilherme Socias Villela.
A década de 1920 foi marcada por um momento de modernização da Capital, e "Considerando que o desenvolvimento dos serviços referentes às desapropriações por necessidade ou utilidade pública, aos contratos e outros atos jurídicos em que intervêm o Município, bem como sua representação ativa ou passiva em juízo exige a criação de um órgão especial a quem permanentemente seja confiada a defesa dos interesses municipais; considerando que é de alta conveniência imprimir unificação e celeridade a tais trabalhos; Art. 1º - Fica instituída a Procuradoria Municipal.", cita o Ato 233 de criação da PGM.
Com Maurício Cardoso como primeiro procurador-geral, a PGM foi concebida para ser um órgão permanente na defesa dos interesses municipais, garantindo a legalidade e a eficácia das ações da administração pública.
Para marcar o ano do centenário da PGM, uma série de ações comemorativas estão sendo planejadas, tendo como eixo central o conceito "o tempo transforma o Direito e o Direito transforma vidas". A ideia é apresentar o encontro da história - passada, presente e futura - de Porto Alegre com a da PGM, enfatizando a importância do Direito como ferramenta de transformação. Para isto, ao longo de 2025 serão realizadas campanhas nas redes sociais, entrevistas, publicações e eventos, destacando momentos e transformações emblemáticos que conduziram a Capital a ser o que é hoje, além de refletir sobre o que será no futuro.
Siga nossas redes sociais para acompanhar as ações do centenário e abaixo, você pode conhecer alguns fatos importantes da história de Porto Alegre e da PGM.
- 2015 - 90 anos - Edição Especial Revista da PGM
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Desde 1978, a PGM publica a Revista da Procuradoria-Geral do Município de Porto Alegre, que tem como objetivo divulgar e promover os estudos na área do Direito Público, por meio de conteúdo produzido pelos profissionais da Casa e também autores convidados.
Em 2015, quando a Procuradoria completou 90 anos, foi lançada uma edição especial, alusiva à data.
- 2016 - Prêmio Innovare
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A Procuradoria-Geral do Município foi vencedora da 13ª edição do Prêmio Innovare, na categoria Advocacia, com a prática “Regularização fundiária: advocacia pública atuando para o reconhecimento de direitos”. Criatividade, ineditismo e alcance social foram os critérios avaliados pela comissão julgadora das sessenta e seis práticas de todo o Brasil que concorreram nesta categoria.
A experiência premiada da PGM consiste na atuação direta da procuradoria, desde 1994, na regularização fundiária no âmbito do Município de Porto Alegre, incluindo nas suas atribuições legais o ajuizamento de ações em favor de terceiros, em matéria de regularização fundiária, especializando-se nesta área e assumindo postura proativa de articulação institucional em busca de estratégias para superar os impasses e buscar a regularização fundiária na sua plenitude.
Conheça a iniciativa vencedora aqui.
Saiba mais sobre o prêmio
- 2022 - Prêmio Referência PGM e Prêmio Práticas Inovadoras
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Em 2022, ano dos 250 anos de Porto Alegre, a PGM homenageou personalidades e práticas inovadoras que contribuem para o aprimoramento da advocacia pública municipal.
Os agraciados com o Prêmio Referência PGM foram escolhidos por meio de uma votação aberta a todos os profissionais da Procuradoria, a partir de uma lista tríplice elaborada pelo Conselho Superior da PGM para cada categoria. Foram eles:
- Categoria personalidade: Cláudio Pacheco Prates Lamachia
- Categoria entidade: Associação dos Procuradores do Município de Porto Alegre (APMPA)
- Categoria procurador aposentado: Vanesca Buzelato Prestes
- Categoria servidor na ativa: Rogério Ferreira Fraga
- Categoria servidor aposentado: Agueda Reny Pahim
- Categoria in memoriam: José Francisco Pinto e Líbia Suzana Garcia da Silva
Na mesma ocasião, foi entregue o prêmio aos vencedores do concurso interno Práticas Inovadoras, cujo objetivo é reconhecer iniciativas dos profissionais da Casa que promovem melhorias no cumprimento das competências da PGM, além de fomentar uma cultura de permanente inovação e integração na Procuradoria. Foram eles:
- 1º lugar: Mediação Tributária. Autoras: Cristiane da Costa Nery, Ana Catarina Lexau e Patrícia Dornelles Schneider
- 2º lugar: Indexação e Pesquisa de Manifestações Jurídicas da PGM. Autoras: Liziane Ungaretti Minuzzo, Angela Beatriz Luckei Rodrigues, Simone Vicari Tarasconi e Helena de Almeida Pereira Marques.
- 2025 - Centenário da PGM
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Aqui você vai encontrar alguns dados sobre fatos históricos das décadas de 1920 a 2020 e símbolos da cidade, curiosidades e depoimentos. Além disso, temos a vinheta comemorativa do centenário apresentando o conceito escolhido para representar a data.
Vinheta "O tempo transforma o Direito e o Direito transforma vidas."
O tempo nunca para, o Direito evolui com ele, e juntos têm o poder de transformar vidas de forma contínua. E nessa jornada vamos escrevendo nossa história em Porto Alegre. Acompanhe por aqui ou em nossas redes e descubra como o tempo, o Direito e as vidas se conectam.
Década de 1950
⚽Porto Alegre inicia os anos 50 recebendo um evento de projeção mundial. A Capital é sede oficial de jogos da Copa do Mundo de Futebol de 1950. O Estádio dos Eucaliptos, do Internacional, recebe os jogos das seleções da Iugoslávia, México e Suíça. Para tanto, foram necessárias melhorias na infraestrutura, para as quais foi promulgada a Lei municipal nº 395/50, concedendo crédito especial “correspondente de CR$500.000,00 para a realização de jogos pela disputa da Copa do Mundo”.
📚Na cena cultural da Porto Alegre dos anos 50, um marco começava sua história: a Feira do Livro de Porto Alegre, uma das mais antigas do país, teve sua primeira edição em 1955, na Praça da Alfândega, onde acontece até hoje. O evento, criado com o intuito de ser uma grande livraria a céu aberto, acessível a toda a população, é considerado até hoje referência no país. Reconhecendo a relevância do evento, em 1959 era promulgada a lei nº 2001/ 59, que oficializou a feira.
⛏Nos anos 50, surge aquele que seria considerado o monumento símbolo da cidade. O Laçador, inaugurado em 20 de setembro de 1958, data da Revolução Farroupilha, representa o gaúcho tradicional. Para se inspirar na figura representativa, o autor da obra, Antonio Caringi, contou como modelo Paixão Côrtes, na época um jovem tradicionalista, que posou com trajes típicos. A forte ligação do monumento com a identidade da cidade foi formalizada pela lei municipal 279/1992, que instituiu, oficialmente, o Laçador como símbolo de Porto Alegre.
🗺Fechando a década de 50, em 30 de dezembro de 1959, é aprovado pela Câmara de Vereadores o primeiro Plano Diretor de Porto Alegre (Lei 2046/59). Porto Alegre foi a primeira cidade do Brasil a ter seu crescimento disciplinado por um Plano Diretor, uma lei municipal que orienta o planejamento do desenvolvimento urbano do município. Na época, o plano abrangia apenas a superfície mais habitada da cidade, onde era mais urgente a regulamentação. Com o passar dos anos, a legislação urbanística passou a normatizar outras áreas do Município.Símbolos da Cidade - Ponte de Pedra
🌉 Construída na metade do século XIX e conhecida como a ponte mais antiga da cidade ainda preservada, a Ponte dos Açorianos é um dos grandes marcos históricos e afetivos de Porto Alegre. Também chamada “Ponte de Pedra”, foi erguida para substituir uma antiga estrutura de madeira que cruzava um dos braços do Arroio Dilúvio. Com o início da retificação do Dilúvio, a ponte perdeu sua função original de passagem, mas permaneceu como testemunha da evolução urbana da capital.
🏛Reconhecendo sua importância para a memória da cidade, a Prefeitura de Porto Alegre declarou a Ponte de Pedra como bem de “expressiva tradição para a cidade” por meio da Lei nº 4317/1977.
Em 2019, foi concluída uma ampla revitalização do Largo dos Açorianos, que contemplou a Ponte de Pedra, o Monumento aos Açorianos e todo o conjunto urbanístico do entorno. O projeto incluiu espelhos d'água — remetendo ao antigo curso do Arroio Dilúvio —, iluminação cênica e novas áreas de convivência. Neste processo, a PGM teve papel relevante assegurando a legalidade das intervenções, conciliando o interesse público de requalificação da área com a proteção do patrimônio cultural.
Hoje, a Ponte de Pedra não conecta lugares, mas tempos: passado, presente e futuro, simbolizando a resiliência e a continuidade da nossa história.Fontes e imagens: Prefeitura de Porto Alegre, Wikipedia,O Sul, GaúchaZH,Blog História e Arquitetura, Leis Municipais, Flickr Fotos Antigas RS, “Paisagens de Porto Alegre” (publicação da SMC)
Década de 1940
⏳Na década de 40, Porto Alegre consolidou-se como o principal centro administrativo, comercial, industrial e financeiro do Estado. O crescimento exigia soluções urbanísticas em grande escala, transformando rapidamente o perfil da cidade.
Foi nesse período que importantes obras viárias foram realizadas, como a abertura da Avenida Farrapos. Para viabilizar a empreitada, a PGM teve papel fundamental na formalização de contratos e no processo de desapropriações. O Decreto nº 239/40, estabeleceu que as edificações ao longo da avenida deveriam ter, no mínimo, dois pavimentos, orientando o crescimento da região.
É impossível falar da década de 1940 sem mencionar a histórica enchente de 1941, que deixou marcas profundas na cidade e cujos traumas, infelizmente, foram revividos em 2024. Naquela ocasião, o Guaíba atingiu 4,76 metros, deixando cerca de 70 mil desabrigados. Foram dias de temor, mas também de muita solidariedade: igrejas, clubes, cinemas, escolas e moradores das áreas mais altas abriram suas portas para acolher os atingidos. Coube ao poder público não apenas gerir a crise, mas também conduzir a reconstrução da cidade. Ao longo de 1941, foram publicados decretos municipais autorizando a abertura de créditos extraordinários para reparar os danos causados pela enchente.
A inundação acelerou projetos de contenção de cheias que já estavam em discussão. Um dos mais importantes foi o início da canalização do Arroio Dilúvio que, nos dias de chuva, transbordava e inundava as regiões mais baixas da cidade. Seu percurso passou por um processo de retificação, tornando-se uma das maiores obras sanitárias da história da capital e promovendo uma transformação significativa no mapa da cidade.
Além das melhorias em infraestrutura e saneamento, a década de 1940 também foi marcada pelo início da construção da Vila dos Industriários ou, informalmente, IAPI. Projetado para abrigar trabalhadores da indústria, o conjunto habitacional tornou-se um marco no urbanismo da capital gaúcha. Foram construídas casas e apartamentos, além de áreas comerciais, escolas, equipamentos culturais, de saúde e espaços verdes, configurando-se como uma pequena cidade planejada dentro de Porto Alegre.
Referências: Leis Municipais / Wikipedia / lealevalerosa.blogspot / Revista da PGM / Sul21 / GZH / Arquivo Histórico Municipal Moysés Velhinho / Revista do Globo / Museu J. Felizardo / Flickr “Fotos Antigas RS”
Símbolos da Cidade
🎂No mês do aniversário de Porto Alegre, vale a pena relembrar os diversos povos que ajudaram a moldar a identidade da cidade. Afinal, a história da nossa capital começa justamente com a chegada dos casais portugueses açorianos. Desde então, ao longo dos séculos, diferentes etnias vêm somando na composição social, cultural e econômica da cidade.
O período colonial marcou a chegada de hispânicos da região do Prata e de africanos escravizados, cujo papel na história da cidade vai muito além da sua construção: eles trouxeram consigo a riqueza de suas tradições, que influenciaram significativamente a formação cultural de Porto Alegre.
A partir do século XIX, fluxos expressivos de imigrantes de várias nacionalidades — sobretudo alemães e italianos —, chegaram à cidade, além de poloneses, sírio-libaneses, espanhóis e tantos outros, contribuindo para a diversificação da população e para o desenvolvimento socioeconômico local.
No século XX, a Segunda Guerra Mundial provocou a vinda de refugiados e deslocados de vários países da Europa. Além disso, a perseguição nazista levou judeus de diferentes países a estabelecerem comunidades aqui, que permanecem atuantes até os dias de hoje.
Já no século XXI, a cidade recebeu cidadãos de distintos continentes, especialmente haitianos, senegaleses e venezuelanos, que chegaram em busca de melhores condições de vida, segurança e oportunidades de trabalho.
A cidade segue em contínua transformação, configurando um verdadeiro mosaico cultural que, assim como todos os povos que aqui chegam, é celebrada e acolhida. Prova disso são as iniciativas do poder público voltadas à recepção de imigrantes. Entre elas, a Lei Municipal nº 13.527/23, que instituiu a Política Municipal para Imigrantes, Apátridas, Asilados políticos, Solicitantes de asilo político, Refugiados e Migrantes em situação de vulnerabilidade.
A trajetória migratória de Porto Alegre revela um constante processo de transformação cultural e social, que contribuiu para fazer da capital um espaço de diversidade e convivência. A cada novo estrangeiro que escolhe a cidade para viver, Porto Alegre fortalece sua identidade como um lugar acolhedor e plural.Referências e imagens: wikipedia,GZH, Prefeitura.poa.br, Leis Municipais, estado.rs.gov.br, Sul 21, Centro Ítalo-Brasileiro de Assistência e Instrução às Migrações (CIBAI), Associação Nacional de História (ANPUH), Wikimedia Commons, quandomeninosviramhomens.com.br, destinopoa.com.br, zonasulpoa.com.br .
Década de 1930
⏳ A década de 30 fortaleceu a conexão de Porto Alegre com a era moderna. A população mal havia se recuperado da euforia provocada pelo sobrevoo do dirigível alemão Graf Zeppelin nos céus da cidade, em 1934, quando, no ano seguinte, é aberta a Exposição do Centenário da Revolução Farroupilha. Para isso, um descampado alagadiço conhecido como Campo da Redenção foi drenado e urbanizado para receber centenas de expositores nacionais e internacionais, um cassino, restaurantes e muitos outros atrativos, além de uma iluminação que, dizia-se, tinha mais pontos de luz do que o todo o restante da cidade. O público também superou os números locais. Estimativas dão conta de 1 milhão de visitantes, o que, comparado aos cerca de 300 mil habitantes da cidade na época, demonstra a grandiosidade do acontecimento. Após a realização, o espaço foi transformado num parque público e, por meio do decreto nº 307/1935, recebeu a denominação de Parque Farroupilha.
📖 A Porto Alegre dos anos 30 é um elemento essencial na narrativa do romance Os Ratos, de Dyonélio Machado, publicado em 1935 e uma das obras mais influentes da segunda geração do modernismo no Brasil. A história acompanha Naziazeno Barbosa, um funcionário público que precisa arranjar dinheiro para pagar uma dívida com o leiteiro. A narrativa se passa ao longo de 24 horas, enquanto o personagem circula pela Capital.
🏣Um dos locais citados no livro, a Praça da Alfândega, ganhava nesta época um novo prédio monumental, que faria companhia aos já imponentes Correios e Telégrafos (hoje Memorial do RS) e a Delegacia Fiscal (hoje MARGS): o Banco Nacional do Comércio, inaugurado no início dos anos 30 e que atualmente abriga o centro cultural Farol Santander.
⚖Este crescente processo de modernização da cidade demandava o fortalecimento das instituições públicas, garantindo maior controle sobre processos legais que envolvessem sua administração. Tanto é que, em 1937, é sancionada a lei nº 373, que autorizava os procuradores municipais a representarem o Município em juízo.
Referências:
Leis Municipais / Wikipedia / lealevalerosa.blogspot / repositorio.pucrs.br / GZH / webpoa.com / ufrgs.br / Museu J. Felizardo / Flickr “Fotos Antigas RS” / antigaportoalegre.comunidades.netCuriosidade
Em 1940, comemorou-se o “primeiro” bicentenário da capital, que considerava como data de fundação o recebimento da Carta de Sesmaria por Jerônimo de Ornellas, emitida em 1740, lhe concedendo terras onde mais tarde se formaria a cidade de Porto Alegre. Na gestão do prefeito Loureiro da Silva celebrou-se a data com um conjunto de atividades, como paradas cívicas, festas sociais, competições desportivas, inaugurações de obras e eventos culturais.
Mas, vozes discordantes insistiam que a cidade não resultou da sesmaria de Jerônimo de Ornellas. Então, a partir de estudos e registros da data em que foi criada oficialmente a Freguesia de São Francisco do Porto dos Casais, com jurisdição própria e criação dos primeiros serviços públicos, concluiu-se que o marco adequado seria 26 de março de 1772.
Com a revisão, a Prefeitura promulgou a Lei Municipal Nº 3.609, de 1971, assinada pelo então prefeito Thelmo Thompson Flores, que consagrou dia 26 de março de 1772 como a data de fundação de Porto Alegre. Assim, em 1972, foi comemorado o “segundo” bicentenário da cidade.
Referências:
jornaldocomercio.com/_conteudo/colunas/pensar_a_cidade/2022/03/838532-porto-alegre-e-seus-dois-aniversarios.html
matinaljornalismo.com.br/parentese/memoria/1940-o-primeiro-bicentenario-de-porto-alegre/
gauchazh.clicrbs.com.br/colunistas/leandro-staudt/noticia/2022/03/por-que-porto-alegre-comemorou-200-anos-duas-vezes-cl13pqgbu003g017cqm1h7886.html
lealevalerosa.blogspot.com/2010/04/o-instituto-historico-e-geografico-do.html
flickr.com/photos/fotosantigasrs/11012168816
legislacao.portoalegre.rs.gov.br/norma/16856
webpoa.com/historia/a-origem/Símbolos da Cidade
Surgimento, transformação, expansão, resiliência. A história do Aeroporto Salgado Filho reflete a história de Porto Alegre
⏳A história do aeroporto de Porto Alegre remonta a 1923, apenas 17 anos após a invenção do avião. Concebido como a Unidade Aérea da Brigada Militar, com a desativação do serviço, o local virou o Aeródromo de São João, onde a Varig começou a operar na década de 30.
🚜A empresa e a municipalidade providenciaram melhores estruturas e instalações para que o espaço pudesse atender à aviação comercial e já na década de 40 decolou o primeiro voo internacional, ligando a Capital à Montevidéu. Em 1951, a Lei nº 1.457, deu nova denominação ao então Aeroporto São João, quando passou a chamar-se Aeroporto Salgado Filho, em homenagem ao primeiro ministro da Aeronáutica.
✈O exponencial incremento e qualificação da aviação comercial no Brasil ao longo das décadas exigiram melhorias e expansões nos terminais, na pista, nos equipamentos e serviços disponíveis, que se refletiram também em transformações urbanísticas, econômicas e sociais na Capital.
🏘Um exemplo foi o trabalho da Prefeitura no reassentamento de famílias que moravam na área do sítio aeroportuário, como as da Vila Dique, iniciado em 2009 e que transferiu a comunidade para um novo bairro. Dez anos após, iniciou-se o reassentamento da comunidade da Vila Nazaré. Mais de 1.300 famílias foram transferidas para novos imóveis, construídos em espaços com infraestrutura adequada, naquele que foi o maior reassentamento contínuo da história de Porto Alegre. Em ambos os casos, a PGM desempenhou um papel fundamental, garantindo a legalidade e a efetividade do processo, conciliando o interesse público e a garantia de direitos, evitando conflitos e buscando soluções juridicamente seguras.
🛬Em maio de 2024, o Aeroporto Salgado Filho foi severamente afetado pelas enchentes, com a pista de decolagem e os prédios completamente inundados. Em alguns pontos, a água chegou perto de 2 metros de altura. O aeroporto precisou ser totalmente fechado, reabrindo em outubro de 2024. Desde então, vem gradualmente retomando sua capacidade operacional, tornando-se um símbolo da resiliência e da capacidade de recuperação da cidade.
#pgmpoa #pgm100anos #odireitotransformaReferências e imagens:
wikipedia.org, www.varig-airlines.com, gauchazh.clicrbs.com.br, prefeitura.poa.br, portoimagem.wordpress.com, flickr.com/fotosantigasrs, estado.rs.gov.br e
portoalegre-airport.com.brDécada de 1920
Em 1924 o Intendente Otávio Rocha reedita o Plano de Melhoramentos de 2014, marcando um período de modernização da Capital. Praças são reurbanizadas e são abertas grandes avenidas que cortam o Centro, como a Borges de Medeiros. A década de 20 é a década da inauguração da Usina do Gasômetro, do Hotel Majestic, da “Hydráulica Moinhos de Vento” e do Cine Teatro Capitólio. A Banda Municipal se apresentava duas vezes por semana no recém inaugurado Auditório Araújo Vianna, à época localizado na Praça da Matriz. A VARIG, fundada em 1927, ligava Porto Alegre, Pelotas e Rio Grande com o hidroavião “Atlântico”.
Para dar conta de tantas transformações, a administração municipal ampliou os serviços a cargo da Intendência, como por exemplo o abastecimento de água, iluminação, transporte e limpeza urbana. E, neste contexto de remodelação e modernização da cidade, em 5 de janeiro de 1925, o Intendente do Município de Porto Alegre, Octavio Francisco da Rocha, assinou o Ato 233, no qual determinava:
"Considerando que o desenvolvimento dos serviços referentes às desapropriações por necessidade ou utilidade pública, aos contratos e outros atos jurídicos em que intervêm o Município, bem como sua representação ativa ou passiva em juízo exige a criação de um órgão especial a quem permanentemente seja confiada a defesa dos interesses municipais; considerando que é de alta conveniência imprimir unificação e celeridade a tais trabalhos;
Art. 1º - Fica instituída a Procuradoria Municipal."E ali começa a nossa história.
#pgmpoa #pgm100anos #odireitotransforma
Curiosidade
Fotos: Museu de Porto Alegre Joaquim Felizardo Furtado e Correio do Povo (Hemeroteca do Arquivo Histórico Municipal Moysés Vellinho)
Símbolos da Cidade
Nossa história se confunde com as histórias da cidade. Hoje, vamos contar a de uma das mais importantes intervenções urbanísticas realizadas na Capital nas primeiras décadas do século XX: a abertura da Av. Borges de Medeiros e a construção do Viaduto Otávio Rocha. Uma obra ousada, que mudou o desenho da cidade, foi tombada e segue em evidência até hoje.
A história remonta a 1914, quando o Plano de Melhoramentos e Embelezamento da Capital propôs a abertura de uma rua que ligasse a zona central com a zona sul de Porto Alegre, cujo deslocamento era prejudicado pelo chamado “morrinho”. Em torno de 1925 começaram os projetos e, em 1927, foi publicado o Decreto nº 96, que “aprova o traçado da avenida denominada Borges de Medeiros e decreta a desapropriação de prédios e terrenos, por utilidade pública.”
Para realização da empreitada foi aberta uma concorrência, vencida pela Companhia Construtora Dyckerhoff & Widmann. A edição 21 da Revista do Município de 1930 traz o contrato firmado entre a municipalidade e a empresa vencedora. A obra foi finalizada e entregue em 1932.
Atualmente, o Município está promovendo uma revitalização do Viaduto Otávio Rocha, que prevê intervenções estéticas, viárias e estruturais. Para tanto, a PGM conduziu o processo de reintegração de posse dos espaços comerciais que não haviam sido desocupados voluntariamente para a realização das obras de revitalização. A conclusão da obra está prevista para este ano.
Referências: Biblioteca Nacional Digital, Prefeitura de Porto Alegre, Wikipedia e Leis Municipais
Fotos: Acervo Museu Joaquim Felizardo, Hemeroteca da Biblioteca Nacional, Flickr Fotos Antigas RS, ESPN / reprodução e Banco de Imagens PMPA
Conhecendo Porto Alegre:
Estes locais começaram a fazer parte da história da cidade na década de 20, assim como a PGM. Escolha qual você vai visitar neste verão!
Cinemateca Capitólio - No prédio, construído em 1928, funcionava o Cine Theatro Capitólio, um dos maiores e mais conhecidos cinemas da cidade. A Intendência, estimulando o desenvolvimento cultural da cidade, isentou de impostos o espaço, por meio da Lei municipal nº 241/28. Hoje é um centro cultural dedicado ao audiovisual. Vila Flores - O conjunto, composto por três edifícios e um pátio interno, foi construído entre os anos 1925 e 1928. Atualmente é um centro cultural e de encontro da comunidade criativa de Porto Alegre. Bairro Tristeza - O bairro, hoje um dos mais dinâmicos da Zona Sul, começou a tomar forma no início do século XX, quando a "Estrada de Ferro do Riacho" trazia a população da área central para aproveitar as praias do Guaiba. Desta forma, em 1926, o intendente Otávio Rocha sancionou o decreto nº54, criando um novo distrito na cidade, cuja sede “será no lugar denominado Tristeza”. Casa de Cultura Mario Quintana - é uma instituição multicultural que ocupa o prédio do antigo Hotel Majestic, construído entre os anos de 1914 e 1929, e que foi morada do poeta mais famoso das ruas de Porto Alegre: Mário Quintana. Na época da construção, a Intendência, no intuito de incentivar o desenvolvimento e modernização da cidade, promulgou em 1926 a Lei Nº 100, que concedia descontos nos impostos durante a obra. Travessa dos Venezianos - a pequena rua entre entre a Lopo Gonçalves e a Joaquim Nabuco, que abriga um conjunto de casas construídas no início do século XX, é um exemplo das habitações populares da época. O calçamento de pedras irregulares original, dos anos 20, ainda está lá. Hoje em dia, residentes, operações de gastronomia, arte e comércio ocupam os imóveis. Museu de Comunicação Hipólito José da Costa - Localizado na antiga sede do jornal A Federação — um prédio construído em 1922 - hoje é uma instituição voltada para a conservação, a pesquisa e a divulgação da história da Comunicação Social no RS. Jardins da Hidráulica Moinhos de Vento - chamada popularmente de “Caixa D'água” ou “Jardins do DMAE”, é um complexo que une, arquitetura, história e áreas verdes. A Hydráulica (na grafia da época) Moinhos de Vento foi inaugurada em 1928, em substituição à antiga Companhia Hydráulica Guaybense e, além de dotar a cidade abastecimento de água potável, passou a proporcionar à população um uma área de lazer, com seus jardins de inspiração francesa. Espaço Força e Luz - Está instalado no antigo prédio da Companhia Força e Luz, construído entre os anos de 1926 e 1928. Hoje abriga o Museu da Eletricidade e o Memorial Erico Verissimo, além de uma programação que inclui arte, teatro, literatura, música, seminários, oficinas e outras atividades culturais. Catedral de Porto Alegre - Em 1921 foi lançada a pedra fundamental da nova Catedral Madre de Deus, obra de inspiração renascentista localizada na Praça da Matriz. Para colaborar com a construção no novo templo da Capital, a Intendência concedeu o auxílio de 20:000$000 (VINTE CONTOS DE RÉIS), como atesta a lei nº 228, de 1928. A obra só foi totalmente concluída mais de 60 anos depois. Sua cúpula tem 65 metros de altura e é vista de vários pontos da cidade.. Escadaria da João Manoel - é uma antiga passagem que liga a parte alta do Centro Histórico, na rua Duque de Caxias com a parte baixa, na rua Fernando Machado. Em 1928 iniciou-se a construção e, estruturalmente, a escadaria permanece do mesmo modo em que foi terminada. O espaço foi revitalizado, com a participação da comunidade, e recebeu intervenções artísticas.